Dezembro 28, 2018
m.
Eu gostava de ter uma família grande, não, espera, eu tenho uma família grande, mas as desavenças são tantas e tão grandes que só nos vemos nos funerais e mesmo assim com bastantes reticências.
Tios que acabam com a convivência, porque a irmã morreu e os sobrinhos e cunhado, não são propriamente directos.
Tios que passam por ti e te ignoram, ao menos podiam acenar como fazemos a conhecidos, mas não assim tão amigos.
Tios que mudam de vida, casam, emigram, ou o que quiserem e não te dizem nada.
Primos que andaste com eles ao colo, nas brincadeiras, nas grandes festas comemorativas dos aniversários cheios de mãos peçonhentas, risos, dentes e ossos partidos, joelhos esfolados, zangas, e que após o penso rápido fica tudo bem.
Primos que casam, descasam, tem filhos netos e se perguntas, olham para ti com cara de parvos, é filho do teu primo XYou Z, e tu nem sonhas como a vida passou assim da meninice para a idade adulta, onde tudo o que parece é, e infelizmente não é bom de se ver ou sentir.
Felizmente que se safam ainda alguns poucos elementos, e são desses e com esses, que me devo importar, os outros são familiares conhecidos.